Neste artigo, à semelhança de artigos anteriores, fazemos uma perspectiva astrológica para o novo ano que está a começar, não esquecendo quais os principais acontecimentos do ano que findou. A Lua de Terra será a governante de 2019, segundo a abordagem seguida por este analista.

Para 2019, destacam-se sobretudo: as forças de Júpiter e Saturno nos seus próprios signos; a aproximação da conjunção de Saturno a Plutão, em Capricórnio; a dominante de Terra nos trânsitos; a tónica da Lua em Virgem no ingresso da Primavera; e o ano da Lua, segundo a versão dos anos setenários.

Por essas razões, apesar da forte presença de Saturno em Capricórnio, podemos considerar que é um ano em que o fator lunar poderá ter mais eco. Isso significa mais expressão do povo, das mulheres ou dos artistas, em forma de declarações, eleições, referendos ou manifestações tendo como pano de fundo a atenção financeira, laboral, da ecologia ou da saúde pública.

Mas antes de avançarmos para detalhes, vejamos o que aconteceu de significativo em 2018 e a que astros essas mudanças estiveram relacionadas.


O ANO 2018

A nível mundial, os principais acontecimentos de 2018 foram:

em termos políticos: a guerra comercial, lançada por Trump, alimentando protecionismos; a impetuosidade e controvérsia do líder dos EUA; a reunião entre as duas Coreias; a eleição de Bolsonaro no Brasil; o impasse do Brexit; o assassínio do jornalista saudita.

em termos financeiros: a queda das bolsas, a maior desde 2008, apesar de recordes de algumas companhias; a força do dólar e fraqueza da libra; o avanço das empresas fintech (tecnológicas financeiras)

em termos de ambiente: maior frequência de erupções vulcânicas, tsunamis e terramotos, ainda que sem expressão significativa em termos de vítimas; alarme climático, com diversos avisos das Nações Unidas; os incêndios descontrolados da Califórnia.

em termos científicos: nascimento do primeiro comboio a hidrogénio (alemão); sucesso dos foguetões Space X; sucesso das missões a Marte, pela Nasa; sucesso da engenharia espacial chinesa (missão à Lua); inauguração da maior ponte do mundo (Hong Kong – Macau); alteração de DNA de embriões por cientistas chineses; classificação por académicos de objeto com origem em inteligência extraterrestre.

em termos sociais: o resgate dos meninos tailandeses; o casamento real de Harry e Meghan; o caso Ronaldo e mudança de clube; a morte de Stephen Hawking; o sucesso do filme Bohemian Rapsody e revivalismo de Freddie Mercury.

Estes acontecimentos estão em linha com a perspetiva apresentada para 2018, ainda sob o chapéu da combustão de Saturno (ingresso em Capricórnio), e regência de Mercúrio Terra, com apoio de Marte.

De recordar que o ano astrológico começa por volta de 20/21 Março e não a 1 de Janeiro, embora se possa dizer que os processos começam a ganhar forma cerca de 2 a 3 meses antes.

Para Portugal, evidenciou-se mais uma vez o bom desempenho da economia, o deficit zero, organização de grandes eventos (como a Eurovisão e Websummit), boom turístico, algumas greves e a crise do Sporting.

Esta tendência do caminho de Portugal nos próximos anos foi já argumentada no livro O Zodíaco de Portugal e deverá continuar em 2019.


ELEMENTO TERRA E SATURNO

Tal como em 2018, a maioria dos planetas (sobretudo sociais e transpessoais) transitarão em Terra. Este fator remete-nos, a acontecer tal como no passado, para assuntos como – o comércio, as moedas, os bancos, as finanças, a saúde, a tecnologia, a ecologia – como tendo maior destaque, preocupação ou mudança.

E, devido à vigência do ingresso de Saturno em Capricórnio (ciclo que começou no fim de 2017 e terminará em 2020), haja vontade de definir muros, barreiras e fronteiras entre países mas sob grande dificuldade, tendência de autodestruição e uma proposta final de união e paz.

Por essa razão, o muro de Trump ou o Brexit enfrentarão sérias dificuldades para a sua execução sem que isso provoque enormes prejuízos financeiros, sendo plausível o seu adiamento ou mesmo impossibilidade de realização.

O mesmo ingresso de Saturno (combusto e em conjunção com Vénus) também chama a atenção para a perigosa subida de temperatura no planeta e necessidade de consensos, sob perigo de mais incêndios ou outras calamidades.


JÚPITER EM SAGITÁRIO

Outro trânsito significativo em 2019 é o de Júpiter em Sagitário. Em teoria, este ciclo seria expansionista, estimulando a fé das pessoas. Devido à quadratura a Neptuno, é um ciclo historicamente socialista.

Contudo, em simultâneo, temos também uma (quase) conjunção entre Saturno e Plutão em Capricórnio – uma energia de contração económica e de direita conservadora.

Assim, temos duas energias contrárias em máxima força, podendo acentuar as divergências e clivagens ideológicas, mas pedindo consensos.

O ingresso de Júpiter apresenta, porém, particularidades muito interessantes como a conjunção com a Lua em Escorpião e em quadratura a marte em Aquário.

Esta configuração confere a forte possibilidade de reivindicações populares significativas em 2019 – como aconteceu com os coletes amarelos ou com as mulheres na Índia. As manifestações em Paris aconteceram poucos dias depois deste ingresso o que é um sinal forte nesse sentido.


ANO DA LUA

Por duas abordagens astrológicas muito diferentes, podemos considerar que 2019 é um ano da Lua.

Por um lado, a Lua é o astro que forma o ângulo mais exato (por oposição) ao Sol, no ingresso de Áries/ Carneiro.

Por outro lado, seguindo o Ciclo Solar Primário dos Profetas – adaptado por este autor (por razões explicadas em artigos anteriores) e não na sua versão original segundo a qual seria um ano de Marte  – cada astro governa simbolicamente um ano a cada ciclo de 7 anos.

E seguindo então a sequência da estrela caldaica – sem interrupções, teríamos:

2016: ano do Sol em Fogo (eleição de Trump e Brexit)

2017: ano da Vénus de Fogo (Movimento Me Too, fins de regimes absolutos e movimentos independentistas)

2018: ano do Mercúrio de Terra, apoiado por Marte (Guerra comercial, espaço e tecnologia)

2019: ano da Lua de Terra

Os anos da Lua – quer na visão do ingresso quer no ciclo setenário – corresponderam aos seguintes eventos:

– despontar para o público de grandes “artistas” ou figuras populares

– discursos democráticos e de paz

– maior visibilidade ou poder das mulheres, seja na política ou na vida pública

– fenómenos populares de entretenimento

– evoluções científicas que afetam a sexualidade e natalidade

– maior destaque das fomes

– catástrofes naturais

– casamentos mediáticos

– maior atenção para países muito populosos (mas não necessariamente desenvolvidos), como em África ou Ásia

E, por isso, será de esperar que os temas principais de 2019 estejam em linha com estas possibilidades.


SIGNOS EM DESTAQUE

Embora seja redutora esta categorização, podemos fazer uma classificação de energias mais facilitadas e dificultadas em 2019, seja pelo Signo Solar, Ascendente ou outros astros em graus importantes.

Assim, para TOP fluidez:

Sagitário: devido ao trânsito de Júpiter neste signo, onde se destaca o grau 24º a partir de Abril até Julho (para os nascidos entre 15 e 18 de Dezembro) e o grau 14º a partir de Julho (tocando mais os nascidos entre 6 e 8 de Dezembro)

Leão: pela mesma razão em destaque, mas especialmente para os conectados aos graus/dias mencionados, uma vez que os primeiros graus de Leão estão desafiados pela quadratura de Urano

Gémeos: porque, apesar de tudo, a oposição a Júpiter confere uma decisão expansionista, mesmo que os graus do meio estejam sob quadratura a Neptuno

Virgem: devido aos trígonos feitos com Saturno e Urano, que estimulam capacidade organizadora e de inovação

Por razões inversas, o TOP de desafio será:

 – Caranguejo: devido às oposições de Saturno e Plutão em Capricórnio, que pedem muito realismo e decisões de responsabilidade, em especial a partir de Abril, para os nascidos entre 11 e 15 de Julho, entre Setembro e Dezembro para os nascidos entre 4 e 6 de Julho e entre Abril e Outubro para os nascidos entre 15 e 17 de Julho.

Balança: pelas quadraturas com os astros acima mencionados, ainda que bafejados por bons ângulos com Júpiter

Carneiro: nas mesmas condições de Balança

Escorpião/ Aquário: particularmente para os nativos dos primeiros graus/ dias, sob quadratura de Urano em Touro, que pede independência e ruturas.


CONCLUSÃO

Em síntese, podemos dizer que 2019 promete ser um ano bastante animado em termos de manifestações populares ou dinâmicas eleitorais, com o apoio de Júpiter à Lua – combinações frequentes em anos onde a democracia vingou e a exploração espacial evoluiu muito.

Contudo, estando ainda na alçada da combustão de Saturno e vigência da Terra é provável que os alarmes climáticos se tornem ainda mais sérios pedindo consensos e resoluções à escala mundial.

A dominante Terra também pede atenção para questões que envolvem comércio, banca, finanças, economia, tecnologia, alimentação e produção.

Resumindo, podemos dizer que 2019 é um ano duplamente de assinatura da Lua em Terra porque:

– a Lua é o astro em ângulo mais exato e tenso com o Sol, no início da Primavera

– estará posicionada em Virgem, nesse ingresso

– é o astro natural na sequência ininterrupta de 7 anos

– os principais astros (considerando transpessoais e sociais) transitam maioritariamente em Terra.

Desejo-lhe um excelente 2019!

Mais detalhes no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=rMvezcPIEe0

Lisboa, 15 de Janeiro de 2019

João Medeiros