Esta sexta-feira, dia 20 de Março de 2015, ocorre um dos eclipses mais importantes do século, atendendo à sua duração e visibilidade. Desde sempre, os humanos atribuíram grandes significados a estes eventos celestes. Mas quais as regras astrológicas de interpretação dos eclipses? E o que nos pode sugerir este evento em particular?

Uma vez que são as duas principais luzes do Céu – o Sol e a Lua – é muito natural que a ocultação de uma delas – o eclipse – esteja associado simbolicamente a uma época de transformação da consciência coletiva. Na prática, isto implica uma ocorrência de mudanças políticas, sociais, económicas, climáticas mais intensas do que o normal.

Por exemplo, o último eclipse com este calibre de duração ocorreu em Agosto de 1999. As regras tradicionais dos eclipses atribuem uma correspondência de um ano de manifestação dos efeitos por cada hora de duração do eclipse.

1 hora de Eclipse = 1 ano no Mundo

eclipse_2015

Como este eclipse teve uma duração de cerca de duas horas e meia, os seus efeitos seriam válidos de meio de 1999 até ao início de 2002. Esta época correspondeu à fase do atentado do 11 de Setembro e ao nascimento da moeda única europeia – o Euro. Sem dúvida, uma fase muito relevante na alteração política e económica no mundo.

O eclipse de 20 de Março de 2015 tem uma duração média de 2 horas e 10 minutos e, por isso, tem uma validade “astrológica” de cerca de 2 anos e 2 meses. Ou seja, a extensão dos seus efeitos – enquanto símbolo de mudança coletiva – perdura quase até fim de Maio de 2017.

Dado que ocorre em Peixes, todas as regiões, instituições e seres mais associados a este arquétipo terão maior ressonância com a proposta do eclipse. Em concreto: os países Portugal e Egipto; as regiões costeiras, portos e ilhas; navios e barcos; a população mais pobre do mundo; o continente africano; os animais dos oceanos; as instituições religiosas e culturais; as universidades; as artes musicais e cénicas; entre outras.

O eclipse faz conjunção à estrela Scheat, da perna esquerda de Pégasus, o cavalo alado. Tradicionalmente, esta estrela tem uma conotação negativa, de naufrágios, afogamentos e destruições. Porém, por várias razões, podemos associá-la também na era moderna à indústria da aviação e ao seu desenvolvimento, bem como a uma proposta genericamente “benéfica” para a sociedade.

Scheat1

Enquanto o eclipse de 1999 tinha uma configuração altamente perigosa atendendo à quadratura em T envolvendo Saturno/ Júpiter e Marte em Escorpião, o eclipse de 2015 parece bem mais simpático. O principal regente é Júpiter retrógrado em Leão, que traz questões de recuperação de identidade política, filosófica e espiritual dos povos.

Assim, é de esperar uma enorme reflexão mundial durante os próximos 2 anos no sentido da solidariedade, da união social e dos valores éticos. O eclipse ocorre no último grau de Peixes que é o último grau do Zodíaco, o que nos remete para uma questão apocalíptica: o que fizemos do mundo? Em que acreditamos? O que queremos da sociedade, afinal?

Em Portugal, uma vez que a ocultação máxima do eclipse ocorre numa Casa Sucedente – a Casa 11 – seguindo as regras tradicionais será de esperar uma manifestação maior dos efeitos no 2º terço de duração dos mesmos, ou seja, do fim de 2015 a Outubro de 2016.

Eclipse_Lx_2015

Dado que Saturno faz oposição ao Ascendente e que Mercúrio – o planeta em pior posição – é o regente do Mapa, será natural uma época de extrema confusão política para este período bem como um revivalismo cultural, democrático e social.

Ou seja, “bom” por um lado e “mau” por outro, com uma sensação de asfixia provocada pelos nossos parceiros (Casa 7). As novas correntes da espiritualidade – onde se inclui a própria Astrologia – poderão também ganhar mais destaque mediático neste período, nos círculos sociais atendendo à busca de novos valores e uma certa dispersão.

De todo o modo, o mote principal de Peixes é a solidariedade social e, portanto, será previsível um maior extremismo de políticas de esquerda, particularmente, em 2016 em Portugal e na Europa, de 2015 a 2017. O eclipse é visível em todo o continente europeu e atinge o seu zénite em Moscovo, o que nos sugere uma alteração política importante na Rússia ainda em 2015 (uma vez que aí está numa Casa angular – a Casa 10).

visibilidade_Eclipse_2015

Resta lembrar que embora a visibilidade seja um critério importante para a sua interpretação, na verdade, basta que uma região tenha afinidade com o signo do eclipse em questão para que esteja sujeita a alterações significativas, incluindo desastres naturais e climáticos.

Contudo, na essência, e embora haja muitos ciclos planetários em manifestação em simultâneo, este eclipse em específico traz claramente temas políticos, sociais e religiosos em perspetiva – estando diretamente associado à problemática da União Europeia – e à necessidade de políticas solidárias.

Um abraço

João Medeiros

Lisboa, 20 de Março 2015

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