Por alguma razão, os antigos sábios e civilizações atribuíam grande importância aos eclipses. Consideravam símbolos de grandes mudanças individuais e colectivas, por serem ocultações dos dois grandes astros que nos banham de luz: o Sol e a Lua.

Em Portugal, as últimas três semanas foram exemplos fantásticos das transformações sociais e políticas associadas aos períodos entre eclipses. Ocorreu um eclipse do Sol em 1 de Junho e um eclipse da Lua a 15 de Junho.

Este último, se bem se lembra, foi visível no nosso território. A Lua nasceu eclipsada, no horizonte leste, o que confere a este fenómeno um efeito particularmente poderoso no nosso país, a que acresce o facto de ser o maior eclipse total da Lua dos últimos 11 anos.

Se reparar, o período próximo dos eclipses coincidiu com a campanha eleitoral, eleições (5 de Junho), decisão da constituição de novo governo (15 de Junho), até ao dia da tomada de posse oficial (21 de Junho), a instantes do solstício de Verão.

Como o eclipse visível – o da Lua – ocorreu em Sagitário, será Júpiter o regente geral da mudança política em curso. Isto implicará uma postura jovem, liberal, académica e internacional da nova equipa governativa.

Aliás, toda a atmosfera do país será bafejada por este sopro de mudança optimista, pelo menos até Setembro. Não é à toa que este é o governo mais jovem dos últimos 30 anos. Como é típico de Júpiter, cheio de boas intenções, com muita fé, mas porventura também com o risco de tendências ingénuas.

O eclipse lunar aconteceu em enorme ressonância com o mapa astrológico do 25 de Abril, o que pode fazer emergir todos os temas de esperança, renovação e desenvolvimento, típicos da revolução democrática.

Olhando para o céu da tomada de posse do novo governo, a 21 de Junho pelas 12 horas, é nítida a importância do planeta Mercúrio, o principal regente, uma vez que o Ascendente é Virgem e porque o Sol, Vénus e Marte estão em Gémeos – signo chamado dual e bicéfalo, apropriado a uma coligação.

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Em notas gerais, poder-se-á dizer que a tónica dominante do novo governo é a capacidade de comunicação e de adaptação típicas de Mercúrio, um astro juvenil e ágil, o típico bom estudante e aprendiz de feiticeiro.

O principal desafio será, sem dúvida, a organização financeira, uma vez que o ângulo mais tenso é formado com Saturno, na Casa 2, a área dos recursos materiais.

Felizmente, a posição do planeta Vénus em Gémeos, na posição mais elevada do mapa e regente financeira do mapa, indica que o charme diplomático e capacidade de diálogo institucional irão favorecer a resolução deste desafio.

Aliás, esta é outra característica planetária do novo governo – a ênfase nos Elementos de Ar e de Água – mais associados ao lado social, intelectual e emocional, em detrimento de uma visão mais concretizadora (Terra) ou verdadeiramente política (Fogo).

Para além das áreas económicas e financeiras, também as áreas da Saúde, Emprego e Solidariedade serão tendencialmente muito delicadas com a Lua em Peixes (no fim da Casa 6) opondo-se à missão de Ascendente Virgem do governo – que pede eficiência, humildade e arrumação.

E uma vez que se pretende um governo estável e durável, coloca-se então a questão: segundo a Astrologia, estará este governo capacitado a “aguentar o barco”? Sim, terá condições para isso, e poderá durar pelo menos dois anos, com relativo consenso nacional.

Dir-se-ia que o novo Governo é uma “turma simpática”, jovem, relativamente competente, companheira, ágil e com preocupação social, em que alguma falta de coerência e convicção poderão ser perfeitamente suplantadas com a criatividade e diálogo. Boa viagem!