Os eclipses são, sem dúvida, acontecimentos astronómicos fascinantes, que seduzem todo o tipo de pessoas. Na Astrologia, foram desde sempre associados a grandes mudanças sociais. Nesse sentido, o que dizer da série de quatro eclipses lunares totais que ocorrem entre 2014 e 2015 e, particularmente, do eclipse de 15 de Abril de 2014?

Existem três tipos de eclipses: penumbral, parcial e total. No séc. XXI vamos ter 8 séries de 4 eclipses lunares totais seguidos, sendo que os de 2014-2015 coincidem com feriados judaicos, e daí terem suscitado tanto interesse na opinião pública. Foram celebrizados como Luas de Sangue, pelo autor americano John Hagee, associando-os a profecias bíblicas e às grandes mudanças do povo judeu.

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Essas grandes mudanças corresponderam a: 1492 – expulsão dos judeus pela Inquisição e descoberta da América; 1948 – nascimento do Estado de Israel; 1967 – guerra dos seis dias, com tomada de Jerusalém.

Porém, e olhando de um ponto de vista estritamente astrológico para o Eclipse lunar de 15 de Abril de 2014 diria que globalmente não há razões para alarme, bem pelo contrário. A mensagem é precisamente a de promover ao mais alto nível a cooperação global. Por exemplo, impulsionada pelas artes ou pelos artistas: do espetáculo, do desporto, da televisão, da literatura, da música ou do cinema.

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Por vários argumentos:

1-      o eclipse lunar ocorre no grau 25º15 em Libra/Balança (signo ao qual pessoalmente gosto de designar como o Arco-Íris) conjunto à estrela mais benéfica dos céus, Spica. Esta estrela está associada a artes e refinamento e tem uma reputação fantástica nos seus efeitos, entre as estrelas da Astrologia tradicional.

2-      O planeta Vénus, governante do eclipse, está no signo da sua Exaltação (Peixes), conjunta a Neptuno e em trígono a Júpiter também ele exaltado (em Caranguejo). Esta configuração altamente benéfica sugere uma tremenda esperança no entendimento coletivo, com sentimentos de perdão e compaixão, favorecendo os tratados e os acordos, em termos pessoais, empresariais e políticos. Isto irá favorecer também o comércio mundial.

3-      A posição máxima do eclipse ocorre na costa oeste dos EUA (onde a lua eclipsada atinge o auge) e na costa leste da Austrália (onde a lua nasce no horizonte) – donde podemos inferir que provavelmente artistas/ desportistas destas zonas (por exemplo, atores de Hollywood que se situa precisamente na linha de culminação do eclipse) poderão ter um papel mais relevante neste movimento.

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Quanto à duração dos efeitos, a sua interpretação é mais difícil de precisar. Se adotarmos as regras de William Lilly, diríamos que tem uma duração mais intensa de um mês e nove dias porque o eclipse demora cerca de uma hora e dezoito minutos.

Porém, segundo o mesmo autor o efeito do eclipse começa a atuar em momentos diferentes em regiões diferentes do planeta dependendo da sua visibilidade. Por exemplo, para Portugal, uma vez que atinge casa cadentes (6 e 12), o seu efeito será particularmente evidente no último terço dos próximos 12 meses. Ou seja, entre Dezembro de 2014 e Abril de 2015. Para a costa leste dos EUA e Austrália, contudo, o efeito maior dar-se-á já durante os próximos quatro meses, entre Abril e Julho de 2014.

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Podemos acrescentar também que países, cidades e regiões com afinidade com o Signo Balança/ Libra, como é o caso de Lisboa, também serão mais beneficiados com esta proposta. Os povos do globo mais associados com este Elemento e Signo são os asiáticos e, mais especificamente, os chineses pelo que com certeza também viverão os impulsos de progresso associados a esta efeméride, mesmo que o eclipse não seja visível na China.

Em termos culturais, a Lua Cheia em Libra/ Balança tem muita importância porque a Páscoa é marcada em sua função. A regra é: o domingo de Páscoa é sempre o primeiro domingo após a primeira Lua Cheia ocorrida, por sua vez, após o equinócio da Primavera.

Logo após este eclipse teremos um eclipse solar anular a 29 de Abril, no signo de Touro, que reforça mais uma vez a componente venusiana de entendimento e estabilidade que nos é pedida coletivamente.

A grande cruz cardinal que envolve Mercúrio, Marte, Urano, Plutão e Júpiter no eclipse de 15 de Abril pode, efetivamente, sugerir uma certa prepotência e fanatismo ideológico, com muitos excessos – o que nos remete obviamente para a grande tensão  atual entre Ucrânia e Rússia.

 Contudo, também é verdade que representa uma excelente oportunidade para as pessoas e instituições adotarem uma mentalidade inovadora e futurista, em relação aos desafios tão grandes que o mundo atravessa. Esperemos, cada vez mais que a sociedade entenda que tem muito mais a ganhar do que a perder com a cooperação e com a paz. Nesse sentido, esperemos que os organismos internacionais consigam ajudar a um consenso, no barril de pólvora que é a Ucrânia nesta altura.

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Para análises mais precisas, teríamos que articular os eclipses com os mapas dos países e com outras abordagens. Mas ficamo-nos com esta mensagem de grande esperança, justificada pelas técnicas astrológicas milenares: os eclipses podem representar fases excepionais de progresso humano, em particular, quando governados por Júpiter ou Vénus (como é o caso).

Felicidades!

João Medeiros