Será possível compreender os princípios políticos com a ajuda dos Arquétipos astrológicos? E a fase complexa que a civilização atual atravessa? Que tendências e alterações de paradigmas estamos a viver?

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– A Esquerda e a Direita –

Os princípios da “Esquerda” estão globalmente mais associados ao planeta Júpiter – que é tolerante, socialista, expansivo (nos gastos públicos) e internacional. Os princípios da “Direita” estão mais associados a Saturno – que é racional, conservador (nos gastos e nos valores), organizado e nacional. Tal como a Astrologia moderna nos sugere, ambos são necessários para uma correta condução da sociedade.

Em cada ano, devido à posição dos planetas em determinados signos, poderemos dizer que um está mais favorecido em relação a outro e que, portanto, determinadas correntes políticas poderão ter mais prevalência e aceitação pública (em relação à ideologia base de cada nação).

Por exemplo, na altura em que o Estado Novo em Portugal (1926) foi formado Saturno dominava Júpiter e, portanto, a “Direita” conservadora estava a ser privilegiada pelo inconsciente nacional. Pelo contrário, na Revolução dos Cravos (25 Abril 1974) Júpiter era claramente dominante em relação a Saturno e, por isso, era natural que a sociedade se sintonizasse com um amplo movimento democrático e socialista (com os seu excessos e ilusões).

Nos mapas de nascimento das individualidades, também podemos notar as mesmas tendências. Por exemplo, Salazar tinha no seu mapa de nascimento uma quadratura entre o Sol e Saturno sendo, tendencialmente, mais nacionalista e conservador. Mário Soares é um exemplo de um político com uma forte tónica de Júpiter (colocado em Sagitário tal como o seu Sol) e seria assim natural que se inclinasse para ideais socialistas, de descolonização e de integração europeia.

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– O Comunismo e o Liberalismo –

A estes dois planetas podíamos acrescentar Neptuno como arquétipo do ideal comunista – de partilha total de propriedade em comunidade e  em plena cooperação – e Urano ao ideal capitalista – de capacidade individual de criação de valor, de projetos e de riqueza.

O exemplo de uma personalidade Neptuniana é o Dalai Lama – o mestre espiritual – enquanto que um exemplo de um indivíduo que nasceu com Urano destacado é Bill Gates – o milionário informático.

Também estes dois princípios fazem sentido e são necessários, para uma sociedade completa. A última conjunção entre estes dois astros, que prometia a realização do aparentemente impossível – uma comunidade solidária e com capitais livres – correspondeu à entrada em vigor do Tratado de Maastricht em 1993. Nesse momento, podemos dizer que começou a nascer a Zona Euro.

A estes quatro planetas podemos juntar Plutão – um planeta de extremos – que acrescenta intensidade, necessidade de controlo e radicalismo aos astros aos quais está associado. Por exemplo, entre 2012 a 2015 vivemos uma quadratura entre Urano e Plutão que é uma crise do extremo capitalismo (ou liberalismo): a necessidade de controlo da moeda e das finanças por entidades privadas (os Bancos e seus proprietários).

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– As Ideologias Partidárias – 

Resumindo um pouco temos aqui algumas ideologias de base:

Socialismo/ Esquerda – Júpiter (em Portugal, mais associado ao PS original)

Empreendedorismo/ Direita – Saturno (mais associado ao PSD original)

Comunismo / Uniões – Neptuno (mais associado ao PCP original e alguns movimentos ecológicos)

Liberalismo/ Capitalismo – Urano (mais associado ao CDS original)

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E depois temos as combinações duplas ou variações entre eles:

Socialismo Empreendedor  – Júpiter / Saturno (o caminho do meio que partidos do centro como PSD e PS atualmente tentam ter para agradar à maioria)

Socialismo/ Esquerda Liberal – Júpiter/ Urano (mais do género Bloco de Esquerda)

Socialismo/ Esquerda Comunista – Júpiter/ Neptuno (mais do tipo atual CDU que é comunista e democrata)

Socialismo/ Esquerda Radical – Júpiter / Plutão (mais do género MRPP, democrata mas sem receio de atitudes mais violentas ou radicais de protesto)

Empreendedorismo/ Direita Comunista – Saturno/ Neptuno (do género do partido comunista do regime Chinês, proteccionista, controlador,  comunista e não democrata)

Empreendedorismo/ Direita Liberal – Saturno/ Urano (género do partido Republicano americano, que tende a privilegiar grandes empresas e o liberalismo do mercado de capitais, para estimular a economia e a iniciativa privada)

Empreendedorismo/ Direita Radical – Saturno/ Plutão (os partidos extremistas e nacionalistas, como o da Frente Nacional francesa)

Comunismo Radical – Neptuno / Plutão (semelhante ao regime atual da Coreia do Norte, com forte controlo e coação militar)

Capitalismo e Direita ainda mais Radical – Urano / Plutão (na pior versão, os partidos Nazis)

Comunismo Liberal/ Capitalista – Urano/ Neptuno (os partidos europeístas, comunitários ou federalistas)

E, por fim, podemos ter ainda versões de combinações triplas ou quádruplas.

– O Futuro do Mundo – 

O que dizer então dos trânsitos, desafios e influências políticas para os próximos tempos, de forma resumida?

Como de 2008 a 2024 Plutão está num signo de Saturno (Capricórnio), que é conservador, vem acrescentar alguma intensidade às políticas de austeridade e aos extremismos nacionalistas de Direita (como aconteceu nas recentes eleições europeias), particularmente acentuado nos anos em que este astro está sob tensão: 2012 a 2016.

Porém, como o planeta Neptuno transita em Peixes (signo de sua maior afinidade) entre 2012 e 2025 será de esperar que esse crescimento do conservadorismo seja acompanhado por tendência de crescimento de partidos ecológicos, comunitários (“comunistas”) e espirituais. Essa expansão será concerteza mais evidente nos anos em que este astro estiver sob tensão com Saturno (fim de 2015 e 2016) ou quando este astro e Júpiter estiverem em Peixes (2022 a 2025).

A partir de 2025, Urano e Neptuno formam um sextil abrindo oportunidades (caso a humanidade sobreviva até lá) para que o tal ideal de união de capitais (a zona Euro ou grandes uniões monetárias) possa florescer melhor. Este ângulo durará sensivelmente 2 anos, com maior intensidade.

Estes indicadores de maior espírito comunitário são reforçados porque em 2021 (ou Dezembro de 2020) os planetas Júpiter e Saturno formam conjunção num signo de Ar (Aquário) terminando um ciclo de 240 anos em signos de Terra, associado à produtividade e materialismo e iniciando outra época. O novo ciclo de 240 anos está associado à cooperação, informação e era digital (e começou a ser desenhado no ciclo intercalar de Ar, de 1980 a 2000).

– A Grande Era –

Podemos acrescentar numa escala ainda maior que em 2011-2012 terminámos também um grande ciclo de 2150 anos com a estrela Régulus no signo do Leão. E a que está associada esta grande Era? Ao absolutismo de poder, às monarquias e regimes não democráticos, assentes na adoração da figura de um rei, imperial e rico.

A próxima Era já iniciada, e que teve o seu prelúdio entre 1939 e 2012, corresponde à entrada da grande estrela Régulus no Signo da Virgem e está associada aos regimes democráticos e associativistas. Neste novo ciclo, a “adoração” será da figura do trabalhador, do cientista (em vez do padre), em serviço público e humildade. Uma evidência clara deste novo paradigma foi a resignação do Papa Bento XIV,  (e eleição do Papa Francisco) bem como os derrubes de regimes de ditadura no Norte de África.

Democracy-vs-Monarchy

Portanto, o que estamos a assistir globalmente é o nascimento de uma verdadeira Democracia (num processo bem lento que já dura desde o início da 2ª Grande Guerra e muito acentuado a partir de 2012) em que, à força ou a bem, todas as pessoas serão chamadas a assumir a sua responsabilidade pessoal e cívica. Sob pena de se tornarem escravas (Virgem) numa sociedade disfuncional, doente e descrente, se não desempenharem bem as suas competências, responsabilidades e assumirem a sua individualidade.

Esperemos que cada democrata saiba assumir a sua missão e dever, participando com a sua opinião na construção de uma sociedade verdadeiramente livre.

Um abraço

João Medeiros

Bibliografia Recomendada:

Mundane Astrology – Baigent M., Campion N., e Harvey C. , Londres, 1995

Oceano Ascendente – Ciclos Astrológicos de Portugal, Medeiros J,, Lisboa, 2004