Neste artigo, analisamos brevemente o mapa astrológico do governo de António Costa, apelidado pelos opositores de “Geringonça”.  Pretende-se identificar as características, pontos fortes e desafios da solução governativa que lidera, bem como a sua estabilidade.

António Costa assinou a tomada de posse do XXI governo constitucional de Portugal, dia 26 de Novembro de 2016, às 16h02 de Lisboa.

Recentemente, na apresentação da proposta Simplex 2016 mostrou um artefacto que simbolizava na sua óptica a capacidade de se realizar o impossível: uma vaca com asas. Curiosamente, é algo que se pode chamar uma geringonça, pelo seu inusitado funcionamento.  Atendendo às coincidências astrológicas e de outros fatores, acreditamos que se pode tornar futuramente uma espécie de mascote oficial do governo de Costa.

costa-vaca2

Este objeto acaba também por descrever muito bem o mapa astrológico do seu governo, que tem Ascendente em vaca, ou seja, Touro,  uma Lua no signo das asas, Gémeos, e um Sol no signo do optimismo, Sagitário. 

Humor à parte, eis os pontos fortes do mapa astrológico deste governo:

– muitos astros no signo de Sagitário – Sol, Saturno e Mercúrio – que sugerem uma tónica sorridente, optimista e progressista. A presença de Fogo aponta também para coragem em assumir ideologias próprias, embora também para excessos de confiança. Este elemento não existia no anterior governo, que seguia estritamente as normas de Bruxelas. O facto de termos estes astros na Casa 7, das parcerias, indica que a fé nas parcerias (com os outros dois partidos de esquerda) é a base deste governo. De realçar, que António Costa apresenta-se sempre a sorrir perante as câmaras. O presidente Marcelo, ele próprio um Sagitariano, comentou que o Primeiro-ministro denota “um optimismo enorme, levemente irritante”.

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– outro ponto forte, é o Ascendente no Signo de Touro, o que é desejável quando se pretende alcançar estabilidade governativa e económica. Denota também uma atitude tranquila perante a adversidade. Este é o signo ascendente mais recomendável para qualquer governo e é sempre o Ascendente dos governos norte-americanos, atendendo à regra constitucional para a tomada de posse dos mesmos (sempre dia 20 de Janeiro às 12h).

Vénus, regente do mapa, no seu signo de domicílio – Balança – é também um factor favorável que sugere a busca de consensos e diálogos, e um lado negocial acentuado. Está na Casa 6 dos trabalhadores o que sugere um foco na geração de emprego como a missão do governo e nas condições das classes proletárias, mais desfavorecidas. Vénus está a sair do grau 20 , já oficialmente no 21º grau, o que é indicado para representar o XXI  (21º) governo constitucional.

– a posição de Júpiter na Casa 5 também pode ser considerado positivo, pois acrescenta ainda mais a tónica de boa disposição e atitude expansionista.

-os sextis do Sol e de Saturno a Marte assinalam capacidade de decisão.

– a posição de Marte em Balança, ao serviço de Vénus, sublinha uma certa ascendência do governo sobre os seus parceiros e inimigos (regidos por Marte).

Como pontos menos favoráveis, na minha opinião, temos:

– a combustão de Saturno que sugere uma prevalência do risco e da atitude aventureira sobre a organização e disciplina. Saturno rege a Casa 10, da direção e autoridade, e o Sol rege a Casa 5, do divertimento, sobrepondo-se a Saturno nesta conjunção aplicativa. O facto de acontecer no fim da Casa 7 realça que esta atitude é também forçada pelos parceiros de governo, o PCP e BE. Atendendo a que a Casa 5 é a derivada 8 (dívida) da Casa 10 (direções), existe também a sugestão que a dívida pública (a dívida acumulada de Estado) e os seus juros serão ameaça à estabilidade governativa.

o exílio e a combustão de Mercúrio, regente da Casa 2 (Finanças) também reforçam a indicação anterior – risco na gestão financeira e orçamental e dificuldade de avaliações corretas.

– a Lua em Gémeos na Casa 2, da segurança, representa igualmente as “asas da vaca”, ou seja, uma atitude versátil e comunicativa na gestão dos recursos, isto é, do orçamento. Contudo, a quadratura aplicativa a Júpiter, regente do deficit orçamental gerado (Casa 8, que abre em Sagitário) não valida controlo orçamental, pelo contrário.

A esperança final do mapa reside no facto de termos como último aspeto da Lua, antes de sair de signo, um trígono a Vénus. Este aspeto não é suficiente para assegurar a estabilidade total do governo de Costa, mas espelha uma certa habilidade de manuseamento da “geringonça”.

Resumindo, o mapa astrológico deste governo retrata uma estrutura optimista, comunicadora e calma mas, ao mesmo tempo, algo exagerada nas suas expectativas. Os riscos da gestão financeira/orçamental parecem ser os maiores desafios deste governo: o deficit orçamental e a dívida. As maiores oportunidades estarão associadas à criação de emprego, às condições dos trabalhadores e à gestão das parcerias políticas.

Estas ideias foram divulgadas pela primeira vez numa palestra e num webinário em Dezembro de 2015 sobre o ano 2016 (ver webinário, 1h02 minutos)

Num próximo artigo, responderemos a uma pergunta horária sobre a duração mais provável deste governo.

Lisboa, 19 de Maio de 2016

João Medeiros

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